WayCarbon Talks: implementação das normas IFRS 

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O ISSB – International Sustainability Standards Board lançou uma consulta pública a respeito de quatro emendas propostas sobre a IFRS S2 (International Financial Reporting Standards), norma que envolve a divulgação de informações corporativas ligadas ao clima. O objetivo é abordar os desafios de aplicação identificados pelas entidades que implementam a norma. O ISSB espera que as alterações reduzam a complexidade dos relatórios, possíveis duplicações e os custos de conformidade relacionados. O espaço está aberto para comentários entre 28 de abril e 27 de junho.

Nesse contexto, o décimo episódio do videocast WayCarbon Talks explora os principais desafios das empresas na implementação das normas IFRS como: por onde começar, quais informações reportar e os principais erros cometidos, além de trazer recomendações para empresas que precisarão se adequar. Mediada por Lauro Marins, Head de Consultoria e Soluções Digitais, a conversa teve participação de Danielle Reis (Consultora de Sustentabilidade), Alexandre Fioravante (Consultor de Sustentabilidade) e João Bueno (Coordenador de Estratégia ESG), todos da equipe WayCarbon.

Integração entre áreas e envolvimento da alta gestão

Segundo os especialistas, um dos principais erros cometidos na implementação do IFRS é o processo ficar isolado na área de sustentabilidade da organização. “Algumas empresas começam o processo de atendimento aos requisitos sem antes ouvir as áreas internas da forma devida. É preciso nivelar o conhecimento para que cada área de negócio compreenda seu papel no processo e enxergue valor no reporte”, avalia Alexandre Fioravante.

Danielle Reis adiciona que outro erro comum é a falta de envolvimento da alta gestão na iniciativa. “O C-Level precisa estar envolvido como patrocinador da ideia para que o processo avance e tenha o engajamento necessário das áreas”, diz. “A liderança é responsável por priorizar recursos humanos e financeiros para o atendimento à demanda, além fazer o link com os tópicos que os investidores desejam acompanhar. Portanto, as altas instâncias de governança precisam estar envolvidas desde o começo”, completa João Bueno.

Quais informações reportar ao IFRS?

Os consultores também destacam que as companhias têm dúvidas para selecionar quais informações são relevantes para o reporte. Sobre esse aspecto, ressaltam que ter um estudo de dupla materialidade é o ponto de partida e permite maior clareza sobre os temas relevantes para a empresa e seus stakeholders. A dupla materialidade é uma avaliação que considera o impacto das organizações sobre o ambiente externo (pessoas e meio ambiente) e o impacto do ambiente externo nos negócios de uma empresa, seja em termos financeiros, operacionais ou reputacionais.

“Para um tema ser reportado ao IFRS, seja da perspectiva de sustentabilidade ou de clima, precisa ter o potencial de impactar a receita da organização. Assim, é essencial alinhar os tópicos reportados à matriz de riscos corporativos”, explica Lauro Marins. “Essa questão faz com que a área de sustentabilidade precise olhar para o DRE (Demonstração de Resultados do Exercício) da empresa, e vejo isso de forma muito positiva, pois traz mais força e credibilidade para a pauta ESG”, conclui Fioravante.

Confira o episódio completo no canal da WayCarbon no YouTube ou via Spotify.

Maria Luiza Gonçalves
Jornalista e Analista de Comunicação Sênior at WayCarbon |  + posts

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