Sua estratégia de sustentabilidade é integrada ou só atende relatos?

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O décimo primeiro episódio do videocast WayCarbon Talks discutiu se a atual estratégia de sustentabilidade das empresas é de fato uma estratégia ou só está sendo desenhada com o propósito de atender questionamentos de relatos. Para discutir o tema, o episódio, mediado por Lauro Marins, Head de Consultoria e Soluções Digitais, contou com duas especialistas da WayCarbon: Laís Ponte, Consultora de Sustentabilidade, e Raissa Urzedo, Gerente de Estratégia ESG. 

Laís Ponte começa o bate-papo ressaltando que existe uma diferença entre uma estratégia de sustentabilidade conduzida de forma isolada e uma estratégia de negócios sustentável. “A primeira foca em temas específicos da agenda e tem como objetivo fazer a empresa avançar ‘dentro de caixinhas’. No segundo caso, a organização olha para o negócio como um todo e inclui aspectos da sustentabilidade no planejamento de forma integrada”, diz. 

Raissa Urzedo aponta que apesar de essa ser a ambição da maioria das lideranças que procuram a WayCarbon, para que isso ocorra na prática, precisa partir de uma análise de riscos e oportunidades. “Geralmente a companhia têm uma área de riscos corporativos que atua de forma independente e não considera as questões de sustentabilidade”, diz.

O relato não deve ser o guia 

Outro ponto reforçado pelas especialistas é que os frameworks e questionários de mercado por vezes são o ponto de partida para companhias endereçarem questões ESG, mas eles não deveriam ser a finalidade principal e nem guiar a estratégia. “O relato é uma ferramenta de comunicação para as partes interessadas, então devem estar no final do processo de gestão e não no início”, explica Laís.

Os objetivos de sustentabilidade também não devem ficar restritos a ter boas notas nos questionários. “É preciso ir além de melhorar a nota no CDP ou ser listado no ISE. Deve-se estabelecer um plano de ação para o aprimoramento nos aspectos ESG, direcionar esforços para implementá-lo e reportar para o C-Level até mesmo o que não deu certo. É essencial ter as evidências, ter o processo bem definido e documentado”, completa Raíssa.

Como sair desse ciclo?

Por ser um processo que demanda tempo e esforço, muitas vezes as áreas de sustentabilidade trabalham em função dos relatos e resta pouco espaço para implementar as ações. Os especialistas avaliam que para sair desse ciclo é preciso desenhar a ambição, o objetivo de cada iniciativa, olhar mais para o todo e focar nos temas materiais que sejam de fato relevantes para a empresa. 

“Parto do princípio de que ‘menos é mais’. Houve um período de elevação da agenda que foi acompanhado de empresas prometendo metas inalcançáveis. Então é preciso dar um passo para trás, entender a materialidade financeira e para quem as informações estão sendo comunicadas. É necessário entender como a sustentabilidade alavanca a estratégia do negócio, protege o risco e gera oportunidades”, conclui Lauro Marins. 

Assista ao episódio completo no YouTube ou ouça via Spotify

Maria Luiza Gonçalves
Jornalista e Analista de Comunicação Sênior at WayCarbon |  + posts

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