Case Santander

Mapeamento das emissões financiadas pela agricultura no Brasil

O desafio

Fundado na Espanha em 1857, o Banco Santander é um dos maiores do mundo, com mais de 165 milhões de clientes e mais de 212.000 funcionários. Comprometida em alcançar emissões líquidas zero até 2050, a empresa enfrenta um desafio significativo ao medir suas emissões financiadas, que representam a maior parcela de emissões no setor financeiro. 

Dentro do grupo, o Santander Brasil tem um desafio particular: alinhar seu portfólio financiado pela agricultura à ambição global de descarbonização. Para enfrentar o desafio e ser capaz de gerenciar suas emissões, o banco enfrentou o obstáculo inicial de medir as emissões agrícolas. 

Ao ser pioneiro na contabilidade de emissões financiadas pela agricultura, o Santander Brasil precisou abordar a harmonização e as lacunas de dados, o desenvolvimento de metodologias e a definição de métricas de acordo com os padrões internacionais emergentes e o contexto brasileiro.

Nosso trabalho

Em estreita cooperação com a equipe Agro no Brasil, a WayCarbon desenvolveu uma metodologia para o Santander de acordo com as diretrizes e padrões internacionais existentes, como a Partnership for Carbon Accounting Financials (PCAF) e as Diretrizes de Agricultura do GHG Protocol.

O compromisso contábil incluiu as emissões resultantes das atividades de produção primária dentro da porteira da fazenda das propriedades financiadas, incluindo commodities e gado.

Além disso, em uma abordagem inovadora, as emissões resultantes das mudanças no uso da terra em um período de 20 anos também foram mapeadas e quantificadas, bem como aquelas provenientes do uso atual da terra das fazendas relacionadas às operações de seu portfólio de varejo.

Resultados

O projeto forneceu uma abordagem sólida para a contabilidade das emissões financiadas pela agricultura (Escopo 3, Categoria 15), que é a base para o monitoramento e a gestão contínuos das emissões do portfólio do Santander Brasil. É também a base para a identificação de melhorias técnicas que serão implementadas em 2024.

A análise avaliou cerca de 5,5 mil propriedades rurais. Os dados indicam que 81,9% das emissões estão relacionadas à produção primária agrícola, 18% à mudança no uso da terra e menos de 1% ao consumo de energia. Vale ressaltar que as emissões de mudança de uso da terra contabilizam transições de 20 anos, alinhadas com os critérios de contabilização do GHG Protocol.  

O projeto fornece maior clareza sobre como o Santander pode agir para reduzir as emissões de seu portfólio e se posicionar como um condutor de mudanças para seus clientes e um exemplo para seus pares. Os resultados lançam luz sobre como o banco pode incorporar a agenda climática como uma variável de negócios, direcionando os fluxos financeiros para a transição de baixo carbono, inovação, tecnologia e adoção de novos modelos de negócios.