WayCarbon Talks discute planos de transição climática
Os planos de transição climática são instrumentos técnicos e estratégicos que orientam organizações nas transformações de modelos de negócio necessárias na trajetória para uma economia Net-Zero. Trata-se de um conjunto estruturado de ações, metas e indicadores que descreve como uma empresa pretende reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e se adaptar aos riscos e impactos da mudança do clima. O novo episódio do videocast WayCarbon Talks aborda em profundidade esse tema complexo, que ainda suscita dúvidas e diferentes interpretações no mercado.
Com mediação de Lauro Marins, Head de Soluções Digitais e Consultoria, os convidados da edição foram Higor Turcheto, Gerente de Mitigação, e Melina Amoni, Gerente de Riscos Climáticos, todos da WayCarbon. No bate papo, além de contextualizar o cenário atual da transição climática, os especialistas esclareceram as principais dúvidas de clientes sobre o tópico, como as oportunidades envolvidas na agenda, de que forma se integra ao planejamento financeiro corporativo e como colocá-lo em prática
Uma das principais indagações, segundo os especialistas, é sobre a diferença entre planos de transição climática e planos de descarbonização. “Um plano de transição é muito mais amplo. Quando olhamos para frameworks, como o Transition Plan Taskforce (TPT), estamos falando em englobar toda a governança e metrificação da descarbonização, mas incluindo identificação de riscos e medidas de adaptação. Então são processos diferentes, apesar de estarem interligados”, explica Higor Turcheto.
A avaliação nesse caso envolve tanto os riscos físicos da mudança do clima quanto os riscos de transição. Os primeiros decorrem das alterações de frequência e intensidade dos eventos climáticos extremos, como ondas de calor e inundações, ou das consequências que virão no longo prazo, como aumento do nível dos oceanos e a mudança gradual no regime de precipitações. Já os riscos de transição são identificados a partir dos impactos da rota para uma economia de baixo carbono. Analisados dentro de um recorte temporal pré-definido, assumem uma variedade de premissas a partir de elementos regulatórios, legais, tecnológicos, de mercado e reputacionais.
Melina Amoni ressalta que o cerne da questão é ter uma estratégia clara, que traduza metas em ações e converse com a agenda financeira da organização. “Ao final do plano, iremos entender como implementar e como financiar a estratégia climática da empresa. Para obter sucesso nessa jornada, é preciso envolver a alta gestão e o conselho de administração, bem como demonstrar que a iniciativa vai além da questão climática. Envolve custos, mas também oportunidades”, diz.
Os especialistas reforçam que o plano é uma oportunidade transversal de demonstrar como a tomada de decisão dentro da companhia impacta a agenda climática e vice-versa. “Nossos clientes mais maduros já enxergam o plano de transição como uma forma de comunicação de sua estratégia para o mercado de forma documentada e completa, gerando ganhos em transparência, e facilitando o reporte a padrões de divulgação como as normas IFRS S2, que serão obrigatórias para empresas de capital aberto a partir de 2027”, diz Turcheto.
Lauro Marins sintetiza a discussão: “Acredito que o plano de transição climática deve ser considerado o plano estratégico da empresa. Isso porque, dependendo das conclusões obtidas, pode ser necessário revisar profundamente o modelo operacional, alterar materiais utilizados na cadeia de valor, entre outras mudanças significativas, o que impacta diretamente pontos como orçamento e a geração de receita”, conclui.
Assista ao episódio completo no YouTube ou ouça via Spotify.

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