Direcionador ESG: mais do que estratégia, resiliência.

Há poucos dias, a WayCarbon e a Fundação Dom Cabral lançaram o estudo “A Era da Resiliência: a Pandemia como Laboratório Corporativo”. Em um ano de ressignificações e aprendizados profundos na esfera pessoal, a sociedade foi convidada a mergulhar também nas ressignificações e aprendizados na esfera corporativa.

Para aqueles que trabalham com a integração das questões ESG e de mudança do clima na agenda tradicional de negócio, ressignificações, transformações, desafios e oportunidades são companheiros de rotina. E, talvez por isso, estejam todos compelidos a dar esse mergulho e extrair aquilo que é central e duradouro na transformação.

Era da Resiliência: o aprendizado em meio à tempestade

Na WayCarbon, a sustentabilidade corporativa sempre foi sinônimo de geração de valor para a sociedade, para o meio ambiente e para o negócio. Sem esses elementos, a agenda ESG não criaria raízes profundas e fortes o suficiente para se manter firme no meio corporativo em períodos de tempestade. E o que vimos nessa grande tempestade – que ainda estamos enfrentando – e que se destacou nas nossas conversas sobre a Era da Resiliência, foi o contrário do que os céticos sobre essa agenda talvez esperassem: pilares já há muito associados aos elementos da sustentabilidade corporativa foram o que, na verdade, garantiram a resiliência do negócio. Isso nos mostra que as práticas ambientais, sociais e de governança estão no núcleo do negócio em si e intrinsicamente relacionados aos resultados e valor das companhias.

Como o nosso estudo mostrou, empresas que já vinham de um histórico de integração dos pilares da sustentabilidade na estratégia puderam tomar decisões e implementar ações de forma mais ágil e efetiva, contribuindo para que não apenas sobrevivessem à pandemia, mas que tivessem sucesso.

Os pilares da Resiliência

O desenvolvimento de uma Estratégia ESG integrada à estratégia de negócios, de modo a trazer resultados, deve necessariamente incluir as quatro recomendações para a Era da Resiliência.

São elas:

Repense a fronteira do seu ecossistema de negócios e a rede de stakeholders relevantes para sua organização.

Não há Estratégia ESG sem, inicialmente, conhecer os stakeholders impactados – positiva ou negativamente – pela operação da organização. Quando desenvolvemos o exercício de materialidade junto aos nossos clientes, uma das atividades primordiais é o mapeamento dos stakeholders que devem ser consultados e engajados. Ao ouvir as demandas desses stakeholders e identificar como são impactados pela sua operação, a empresa está repensando as suas fronteiras organizacionais e fortalecendo sua rede. No exercício de materialidade da Usiminas, por exemplo, ouvimos a alta liderança, clientes, terceirizados, colaboradores diretos, fornecedores, sindicatos e a comunidade local. Por esse e outros motivos, a materialidade fornece a base para o desenvolvimento de uma estratégia ESG alinhada com os objetivos estratégicos do negócio, assertiva, robusta e que gerará valor. No capitalismo de stakeholder e na Era da Resiliência, a geração de valor deve ser compartilhada.

Identifique os elementos centrais do seu modelo de negócio e saiba como utilizar sua capacidade estratégica e estrutura corporativa para gerar valor.

Se a agenda ESG não conversa com o modelo de negócio, ela não é estratégica e não se sustentará. O grande potencial transformador de uma agenda ESG está, justamente, na sua capacidade de liberar todo o potencial que o modelo de negócio tem em catalisar as mudanças necessárias para a transformação da nossa economia em uma economia de baixo carbono e inclusiva e em potencializar os enormes impactos positivos que uma organização pode ter. A MRV utilizou a capacidade estratégica e a estrutura corporativa do seu negócio de incorporação, construção e venda de unidades habitacionais para ir além da sua missão de concretizar o sonho da casa própria – já com um enorme impacto social positivo, diga-se de passagem – e democratizou o acesso à energia limpa e renovável à população de baixa renda, sendo a primeira construtora da América Latina a levar energia solar em larga escala para o segmento de imóveis econômicos.

Revisite suas métricas de resultado.

Se tem uma lição que 2020 deixou foi que uma empresa benchmark não é aquela que se destaca apenas pelos resultados financeiros. Em sua carta de 2021 aos CEOs, Larry Fink, CEO da BlackRock, ao explicar por que dados e transparência são importantes, pede às empresas que divulguem o seu plano para adaptar o modelo de negócio à economia de baixo carbono e como ele está sendo incorporado na estratégia de longo-prazo. Uma clara sinalização de que os critérios de sucesso e as métricas de resultado acompanhadas estão se ampliando para incorporar aspectos ambientais e sociais que primam por olhar para a sociedade e a humanidade como pontos focais.

Revisite o propósito da empresa e implemente uma cultura de transparência e adaptação.

O estudo Era da Resiliência mostrou de forma clara a importância da autenticidade, da cultura e da liderança para o sucesso de uma estratégia capaz de responder e lidar com as incertezas do contexto. E para a estratégia ESG não é diferente. Empresas como Natura mostram a força de um negócio movido por uma cultura embebida, de forma genuína, nos pilares da sustentabilidade. E, com o compromisso com a transparência e autenticidade, a empresa e suas lideranças podem se posicionar.

Na agenda ESG, o posicionamento permite traduzir o conceito de sustentabilidade para o contexto do negócio, permitindo uma comunicação objetiva e um claro entendimento das oportunidades de geração de valor. É necessário conhecer o mercado, lançar um olhar para o futuro, avaliar tecnicamente os temas mais relevantes para o negócio e as práticas existentes, entendendo, assim, as fragilidades e pontos de melhoria.

Para uma discussão mais aprofundada sobre sua estratégia e posicionamento ESG, entre em contato conosco. Vamos, juntos, navegar nessa nova Era da Resiliência!

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