O setor de infraestrutura e a agenda climática

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As consequências da crise climática vêm afetando cada vez mais as organizações, com perdas econômicas resultantes de desastres naturais estimadas em $343 bilhões em 2021, no mundo. E o impacto financeiro de riscos climáticos estimado para infraestruturas críticas no Brasil foi de aproximadamente R$ 540 bilhões (2019). No setor de Energia, as emissões de Transportes representam 44% do total, com destaque para o uso de combustíveis fósseis, como diesel e gasolina. 

Em um contexto global, a transição para uma economia de baixo carbono é o desafio mais urgente e relevante para as organizações e a principal meta a ser alcançada é limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, conforme preconizado pelo Acordo de Paris 

Governança climática

Ciente dos desafios, o Grupo CCR, player relevante em serviços de infraestrutura para mobilidade urbana, com sede no Brasil e negócios no setor aeroportuário na América Latina, firmou parceria com a WayCarbon para desenvolver uma Estratégia Climática, cujo objetivo é integrar a governança do tema na organização.  A Companhia, que já definiu mudança do clima como tema material para seus negócios, está com diversas iniciativas em andamento. 

Entre as iniciativas da agenda climática do Grupo CCR, ao lado da WayCarbon, encontra-se a estratégia de gerenciamento de riscos e oportunidades climáticas, com base nas recomendações da Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD), visando a gestão transversal e a proposição de medidas de controle. Recentemente, a Companhia também organizou o Workshop “Mudanças Climáticas e os Negócios da CCR”, visando apresentar para as lideranças da Companhia as ações do Grupo diante dos desafios da mudança do clima. 

A contribuição do Grupo CCR para o desenvolvimento socioeconômico das grandes cidades e a consequente redução das emissões também ocorre por meio dos investimentos realizados em mobilidade urbana. A Companhia, que hoje opera transportes mais limpos como metrôs, trens e Veículos Leves sobre Trilhos/VLTs, manterá olhar atento às iniciativas no campo da energia limpa.  

Além dessas iniciativas, o Grupo CCR finalizou o seu Plano de Descarbonização, que vem sendo desenvolvido desde 2021 sob orientação da WayCarbon. O objetivo do Plano é contribuir com a melhoria do processo de gestão de GEE e consequente redução de emissões, além de estabelecer metas para a Companhia. 

Entre as vantagens de desenhar essa estratégia de mitigação, é possível citar a minimização do risco para as empresas do Grupo ao prepará-las para possíveis mudanças regulatórias e de legislação, o fomento à inovação e ao uso de novas tecnologias, o engajamento dos colaboradores na agenda climática e os ganhos de competividade e posicionamento perante o mercado.   

Ao elaborar um Plano para reduzir as suas emissões, o Grupo CCR reconhece os impactos da mudança do clima, seu papel e responsabilidade, contribuindo com o compromisso assumido pelo Brasil por meio das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que estabeleceu como meta a redução de 50% das emissões absolutas até 2030, em relação ao valor emitido em 2005.  

Plano de descarbonização

A Science Based Targets initiative (SBTi) oferece uma base sólida para as estratégias de descarbonização de curto e longo prazo das empresas, demonstrando publicamente os compromissos de sustentabilidade perante seus públicos de interesse (stakeholders). Dessa forma, estabelecer metas baseadas em ciência, fomenta a inovação e a competitividade e garante que o negócio esteja alinhado aos objetivos de limitar o aquecimento global abaixo de 2ºC. 

Para estabelecer metas baseadas na ciência, o Grupo CCR construiu um Plano de Descarbonização que envolveu diagnóstico completo da gestão de emissões e que teve o comprometimento das equipes operacionais e gerenciais das diversas áreas e negócios da empresa. Para embasar o estabelecimento de metas, foram elaborados cenários de emissões futuras e identificadas oportunidades de redução de emissão, incluindo análise de custo-efetividade dessas ações. Além disso, o projeto focou em estratégias de compensação de emissões e avaliou a inclusão de preço interno de carbono para a empresa, como instrumento para fomentar a descarbonização. 

Metas de curto prazo 

O primeiro resultado do Plano foi uma meta de curto prazo que se baseou na migração de parte da frota para o consumo de combustíveis renováveis, em substituição aos combustíveis fósseis, e a redução de emissões de GEE de escopo 2, no ano de 2022. Essas ações foram contempladas no painel ESG do Relatório Integrado CCR 2021 

Metas de médio prazo 

Para que fosse possível o desenvolvimento da meta de médio prazo (equivalente à meta near-term da iniciativa SBT), foram identificadas as atividades mais intensivas em emissões no Grupo. Para o escopo 1, destacaram-se as emissões decorrentes da combustão dos veículos utilizados na operação, conservação e manutenção das rodovias; no escopo 2, as emissões provenientes do consumo de energia elétrica dos metrôs e, no escopo 3, as emissões decorrentes das categorias de Bens e Serviços Comprados (Categoria 1) e Atividades relacionadas com combustível e energia – não inclusas nos escopos 1 e 3 (Categoria 3).  

Por meio da identificação das principais fontes de emissão e a projeção de crescimento do Grupo CCR até o ano de 2033, utilizando-se 2019 como ano base, foi desenvolvido o cenário Business as Usual (BAU). Para o mesmo período, foi estabelecida uma meta baseada na ciência com base nos critérios e recomendações da Science Based Targets Initiative (SBTi). Na sequência, foram levantados projetos junto às áreas ou por benchmarking e foi construída a Curva do Custo Marginal de Abatimento (MACC) para avaliação da custo-efetividade de cada iniciativa. 

O Grupo CCR está focado no alinhamento de suas ambições com as recomendações da SBTi. E se comprometeu, em julho de 2022, a adotar uma meta de redução de emissão baseada na ciência segundo diretrizes da iniciativa. Desta forma, a Companhia se tornou a primeira do setor de infraestrutura no Brasil a submeter uma meta da SBTi. A WayCarbon colaborou com a elaboração do roadmap indicando caminhos para atingimento da meta, por meio do levantamento de projetos de descarbonização, sendo em sua maioria contemplados por um pilar principal em cada escopo.  

Para o escopo 1, o pilar se refere à transição da frota movida a combustíveis fósseis para uma frota que utiliza combustíveis menos intensivos em carbono e tecnologias limpas. O pilar de energia, no escopo 2, se baseia na transição energética para fontes de energia renováveis. O último pilar envolve a utilização de insumos menos intensivos em carbono nas obras de conservação, manutenção e expansão nos modais em que o Grupo CCR atua, dentre outras iniciativas que impactam as emissões de escopo 3. 

O Grupo já possui um Programa de Sustentabilidade na Cadeia de Fornecedores em parceria com uma empresa externa, e participa do movimento CDP Supply Chain, que promove o engajamento de fornecedores em estratégias para combater as mudanças climáticas e outros impactos ambientais relevantes. 

Ciente dos desafios com a conquista de novas concessões, como 16 aeroportos, duas linhas de trens urbanos e, novamente, a concessão da Via Dutra (CCR Rio-SP), a Companhia já dedica olhar estratégico a essas novas operações, priorizando as iniciativas e tecnologias levantadas no Plano que resultem em redução de emissões. Dessa forma, o Grupo CCR avança na descarbonização de suas atividades, de acordo com metas baseadas na ciência e em alinhamento com o Acordo de Paris.  

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