Tecnologias limpas: entenda o presente e mire no futuro

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No mundo das mudanças climáticas, tecnologias limpas (ou cleantech) são componentes de mitigação de emissão que causam excitação (quem não gostaria de dirigir um Tesla?) e esperança (se a tecnologia não nos salvar, quem salvará?). Apesar de não haver um conceito amplamente acordado sobre o que são tecnologias limpas, de maneira geral o termo cobre qualquer tecnologia que reduza emissões, melhore a qualidade ambiental e reduza o consumo de recursos naturais.

Tais tecnologias são, provavelmente, a maneira mais efetiva de combater as mudanças climáticas e os principais problemas ambientais. Quer saber mais sobre as tendências da industria cleantech? Continue lendo nosso post “Tecnologias Limpas: presente e futuro”.

Tecnologias Limpas: um mercado multi-bilionário

A cidade de Helsinki recebeu no final do ano passado um dos encontros mais importantes sobre tecnologias limpas: o Global Cleantech Summit. Analistas do setor apontam que o mercado de tecnologias limpas atingiu o patamar de 601 bilhões de dólares em 2014. E projeções indicam que este mercado deverá atingir 1,3 trilhões de dólares até 2020 (Frost&Sullivan, 2015).

O momento é propício para o tema. Um novo acordo para reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) foi definido em Paris, em Dezembro de 2015. E, mais importante: o acordo envolve não apenas os países desenvolvidos, mas as grandes economias em desenvolvimento, como Índia, China e Brasil. Esses países vêm sofrendo com a rápida degradação ambiental, ocasionada pelo rápido crescimento econômico e maior capacidade de consumo de suas populações. Tecnologias que melhoram a qualidade do ar, da água e da terra terão demanda crescente na próxima década. O futuro do mercado de cleantech é certamente promissor.

A estrada tortuosa da inovação

Mercados de tecnologia são conhecidos pela instabilidade. Da web aos hardwares, a emoção é componente certo desses mercados. Por exemplo, o boom da cleantech voltada para a produção de tecnologias limpas sofreu forte impacto entre 2012 e 2013. Os investimentos em renováveis caíram por dois anos seguidos, segundo dados da Bloomberg New Energy Finance (BNEF). Depois do investimento recorde de 318 bilhões de dólares em energias limpas, em 2011, os investimentos caíram para 286 bilhões de dólares, em 2012, e para 254 bilhões, em 2013.

A tendência observada foi global, afetando desde o mercado Chinês, cuja retração dos investimentos foi de -3,8%, ao Norte Americano, que teve queda de -8,4%. A Europa foi a região com maior queda dos investimentos (-41%) devido a redução dos subsídios em grandes economias, como a Alemanha, Itália e França (BNEF, 2015).

Mas a notícia não é de toda ruim. Dados indicam que parte da redução dos investimentos se deu pela redução do custo das tecnologias de geração solar. Especificamente para a geração fotovoltáica, a potência instalada cresceu 20% globalmente em 2013, apesar das reduções dos investimentos.

E, para 2014, foi observada uma recuperação do mercado que, praticamente, retorna aos patamares de investimentos observados em 2011: US$ 310 bilhões. No ano em questão observou-se crescimento recorde na utilização de tecnologias de geração distribuída, como painéis solares em telhados residenciais e smart grid, e investimentos crescentes em projetos eólicos offshore.

Barreiras e Incentivos

Apesar dos números impressionantes, ainda são inúmeras as barreiras para uma verdadeira revolução tecnológica. Destacam-se as regulações governamentais, distorções de mercado, falta de linhas de financiamento e interesses opositores. Em muitos casos, analistas identificam que existe forte demanda por tecnologias limpas e que também existe dinheiro para financiar tais tecnologias, entretanto, raramente os dois fatores estão no mesmo lugar. Dados da Carbon Brief identificam rupturas importantes entre demanda e capacidade de financiamento ao redor do mundo.

Ainda, o Climate Technology Center and Network aponta a importância do estabelecimento de regulamentações que fomentem o desenvolvimento e utilização de tecnologias limpas. Uma analise de subsídios governamentais, realizada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), indica que o suporte aos combustíveis fósseis mascara custos indiretos que se refletem em impactos ambientais e de saúde, sinalizando a importância de corrigir tais distorções de mercado.

Por fim, a Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) destaca a importância de quebrar o paradigma que produtos verdes são mais caros. A ONU destaca que a competitividade no preço não pode ser alcançada a custos ambientais e sociais que são transferidos, em última instância, para os cidadãos, que acabam adoecendo com mais frequência, por exemplo, pagam por uma água mais cara (devido aos custos adicionais de tratamento), convivem em ambientes cada vez mais degradados, entre outros fatores.

Próximos passos

As tecnologias limpas, ou cleantech, são elementos fundamentais para o futuro da sociedade. Nossa maneira de produzir e consumir precisa mudar radicalmente e isso só poderá ser alcançado por meio da inovação tecnológica. Sem a garantia do fornecimento seguro de energias renováveis e de tecnologias eficientes de reutilização dos recursos naturais ficará difícil garantir o futuro para as próximas gerações.

O mundo está se transformando rapidamente. A sociedade já enfrenta mudanças importantes para produção mais limpa de energia, alimentos, acesso à água e até mesmo às terras produtivas em algumas regiões. A tecnologia será, indiscutivelmente, um dos pilares de transformação das principais economias globais.

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Leia também o nosso post “O Que São Indicadores de Gestão Ambiental” e entenda como o monitoramento de indicadores de desempenho é fundamental para uma gestão organizacional eficaz.

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