Laudato Si: o Papa é Pop. E Amigo do Clima!

laudato si

Laudato Si

Muito tem sido comentado, ao longo dessa semana, a respeito da encíclica Laudato Si (ou “Encíclica Verde”, na denominação informal), o primeiro Documento da Igreja Católica, assinado diretamente pelo Papa, produzido especificamente sobre o meio ambiente. Entenda porque o assunto ganhou tamanho destaque na mídia e é abordado num momento chave para as negociações pelo clima. Continue lendo.

Religião e ciência

Antes mesmo da divulgação oficial, na última quinta-feira, trechos da encíclica começaram a circular pelos canais de notícias internacionais, por conterem afirmações duras e diretas a respeito do caráter factual e alarmante das mudanças climáticas, além de reconhecerem a responsabilidade humana sobre o agravamento do aquecimento global. Chama bastante atenção o fato do Sumo Pontífice corroborar com o discurso científico acerca da influência das ações humanas na intensificação das mudanças do clima, conforme evidenciam os resultados dos estudos do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change).

 “Há um consenso científico muito consistente” diz o Papa, “e indica que nos encontramos diante de um preocupante aquecimento do sistema climático”. “É verdade que há outros fatores (como a atividade vulcânica, as variações da órbita e do eixo da Terra ou o ciclo solar), mas numerosos estudos científicos indicam que a maior parte do aquecimento global das últimas décadas se deve à grande concentração de gases de efeito estufa (anidrido carbônico, metano, óxidos de nitrogênio e outros) emitidos sobretudo em decorrência da atividade humana”

Ao longo do documento, o Papa faz um pedido direto aos líderes mundiais para “ouvirem os gritos da Terra e o grito dos pobres”, cobrando atitudes mais firmes e imediatas para conter as mudanças do clima e a desigualdade social. A desigualdade, inclusive, é apontada como fator intensificador dos efeitos das mudanças climáticas nas localidades mais pobres.

amigo do clima

Papa se posiciona pelo clima

O documento tem notável importância no cenário mundial, uma vez que pode influenciar a população católica, de aproximadamente 1,2 bilhões de pessoas, a cobrar novas atitudes frente ao meio ambiente e ao clima. Medidas como a diminuição do uso de combustíveis fósseis e a ampla utilização das energias renováveis, em todo o globo, estão dentre as exigências feitas pelo Papa Francisco.

Para além disso, o Pontífice se manifesta acerca do tema num momento chave, já que em dezembro deste ano ocorrerá a COP de Paris, evento que vem sendo aguardado com expectativa pelas lideranças ambientais globais. A partir da reunião, espera-se que um novo acordo climático possa ser firmado entre os países, com o objetivo principal de conter o aumento das temperaturas globais em até 2ºC, nos próximos anos.

Leia abaixo outros trechos relevantes na Encíclica “Laudato Si”, em relação ao clima:

“Se a tendência atual continuar, este século poderá testemunhar mudanças climáticas inéditas e uma destruição sem precedentes dos ecossistemas, com graves consequências para todos nós”

“O aquecimento, originado pelo enorme consumo de alguns países ricos, tem repercussões nos lugares mais pobres da Terra, especialmente na África, onde o aumento da temperatura, aliado à seca, causa estragos no rendimento dos cultivos.”

“A humanidade é chamada a tomar consciência da necessidade de realizar mudanças de estilo de vida, de produção e consumo, para combater o aquecimento global ou, pelo menos, as causas humanas que o agravam”.

“É necessário que os países desenvolvidos contribuam para saldar essa dívida (ecológica) limitando de maneira relevante o consumo de energia não renovável e aportando recursos aos países mais necessitados para apoiar políticas e programas de desenvolvimento sustentável”

“A fraqueza da resposta política internacional é impressionante. A submissão da política à tecnologia e às finanças se revela no fracasso das cúpulas”

“Sabemos que a tecnologia baseada nos combustíveis fósseis – altamente poluentes, sobretudo o carvão mas também o petróleo e, em menor medida, o gás – deve ser, progressivamente e sem demora, substituída. Enquanto aguardamos por um amplo desenvolvimento das energias renováveis, que já deveria ter começado, é legítimo optar pelo mal menor ou recorrer a soluções transitórias. “

Quer ler a encíclica na íntegra? Clique aqui. Divida conosco a sua opinião sobre as manifestações do Papa Francisco acerca das mudanças climáticas e do aquecimento global, através dos comentários.

Climas sustentabilidade

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