No dia 13 de abril de 2018, o Comitê de Proteção Ambiental Marinha da Organização Marítima Internacional (IMO) aprovou o primeiro acordo mundial para a redução das emissões dos Gases de Efeito Estufa (GEE) da navegação internacional, trazendo uma meta climática para o setor pela primeira vez na história. O plano é que, até 2050, as emissões dos países-membros sejam reduzidas em 50% em relação ao ano de 2008.
O tratado procura colaborar com o cumprimento do Acordo de Paris, que tem como objetivo limitar o aumento da temperatura média do planeta, até o final do século, a no máximo 2°C em relação aos níveis pré-industriais, com esforços adicionais para limitar a 1,5°C.
A meta da IMO é importante porque, apesar de a navegação mundial não estar incluída no Acordo de Paris, ela responde por entre 2 e 3% das emissões globais. Assim, a redução das suas emissões é uma iniciativa importante de mitigação de emissões, que pode colaborar para o cumprimento do tratado feito na COP 21.
O acordo é válido para todos os transportes de pessoas ou carga que tenham mais de 5 mil toneladas, exceto barcos militares. Com a meta, espera-se que investimentos em novas tecnologias ajudem a tornar a indústria de navegação mais sustentável.
Países insulares do oceano pacífico, que já sofrem com a ameaça de inundação se o nível dos oceanos aumentar, demandavam que a meta de redução fosse de 70% a 100%. Apesar da meta de redução ter sido aprovada em 50%, o acordo prevê esforços para a descarbonização total do setor. Alguns países, inclusive, ficaram insatisfeitos com a meta já estabelecida, reivindicando mais tempo para realizar a mudança.
Esse foi o caso do Brasil, nação que se opôs à proposta do corte de emissões por acreditar que ela traria prejuízos ao seu comércio. Outros países em desenvolvimento, como Argentina e Panamá, também temem que os custos com o frete marítimo sejam prejudiciais para suas exportações. Apesar disso, a decisão de estabelecer uma meta para a redução das emissões do setor não foi alterada.
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