Emissões de GEE globais crescem após 3 anos praticamente inalteradas

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emissões de GEE

Após permanecerem praticamente inalteradas por três anos, as emissões de GEE globais voltaram a crescer em 2017, chegando a 32,5 gigatoneladas.  Segundo a Agência Internacional de Energia, no ano passado foram emitidos mais 1,4% de gás carbônico na atmosfera que em 2016, o que é atribuído a um aumento de 2,1% da demanda por energia em 2017 – mais que o dobro da taxa do ano anterior.
De acordo com o relatório Global Energy and CO2 Status Report 2017, além das melhorias de eficiência energética terem desacelerado no ano passado, mais de 70% da demanda por energia foi suprida por petróleo, gás natural e carvão, enquanto as energias renováveis foram responsáveis por grande parte dos 30% restantes.
O aumento das emissões, porém, não aconteceu igualmente em todos os países. Os Estados Unidos, o Reino Unido, o México e o Japão tiveram suas emissões reduzidas, ao passo que a China, apesar de desativar um número significativo de usinas termelétricas a carvão, aumentou o seu uso de petróleo. No Brasil, entre 2004 e 2014, as emissões de CO2 foram reduzidas quase à metade. Porém, em 2016 a, emitimos 9% a mais de GEE na atmosfera que no ano anterior.
O aumento da concentração dos GEE na atmosfera, especialmente do gás carbônico (CO2), causa o aquecimento global, fenômeno que pode trazer graves e irreversíveis consequências para a sociedade. Com o objetivo de reduzir as emissões desses gases na atmosfera e, consequentemente, combater a mudança do clima, foi assinado  o Acordo de Paris. Esse tratado busca limitar o aumento da temperatura média do planeta, até o final do século, a no máximo de 2°C, em relação aos níveis pré-industriais, com esforços para limitar em 1,5°C.
Porém, com o aumento das emissões globais, as esperanças de alcançar o objetivo do Acordo ficam abaladas. Ao mesmo tempo, alguns acontecimentos recentes reforçam importância da adoção de medidas para combater o aquecimento global: em 2018, as temperaturas do ártico ficaram 20 graus celsius acima do esperado em pleno inverno e um estudo recente do Banco Mundial aponta que 143 milhões de pessoas se tornarão “migrantes climáticos” até 2050, fugindo de locais em que há escassez de água e perda de colheitas, por exemplo. Além disso, o ano de 2017 foi o segundo ano mais quente já registrado, ficando atrás de 2016 e à frente de 2015.
emissões de gee
Apesar de iniciativas que buscam combater os efeitos da mudança do clima serem cada vez mais vistas pelo mundo, como projetos para construir smart-cities, usar energias renováveis e preservar ecossistemas, elas não serão suficientes sem esforços dos governos e do setor empresarial. Em um mundo confrontado por problemas socioambientais, aliar inovação à sustentabilidade se torna cada vez mais necessário, por ser, além de uma forma de preservar o meio ambiente, uma forma de alcançar novas oportunidades de mercado.
Segundo o sócio-diretor da WayCarbon, Felipe Bittencourt, “a precificação do carbono pode ser uma boa estratégia de combate à Mudança do Clima. Quando o bolso começar a doer no curto prazo, as empresas se movimentarão para mitigar suas emissões de maneira mais contundente”.
Isso já está acontecendo em dezenas de países que adotaram um sistema de precificação, como Chile, México, África do Sul, China, Europa e alguns estados dos EUA. No Brasil, o Ministério da Fazenda está analisando a possibilidade de uma taxação de carbono ou um mercado regulado de redução de emissão (sistema cap&trade). Ressalta-se ainda que um grupo de mais de 500 empresas brasileiras assinaram uma carta aberta de apoio a precificação de carbono durante a última COP,  na Alemanha.

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