A WayCarbon está lançando o módulo de Gestão de Offsetting para o Climas, que auxiliará as empresas a gerenciar sua estratégia de compensação de emissões de gases de efeito estufa. O novo módulo proverá a todos os profissionais envolvidos um controle mais eficiente do processo de aquisição e aposentadoria de créditos de carbono, além de permitir maior transparência para as demais áreas e níveis organizacionais.
Cada vez mais as empresas têm evoluído em seus planos de mitigação, adotando projetos de descarbonização alinhados às necessidades globais de redução de emissões de gases de efeito estufa. Para reduzir ainda mais seu impacto, muitas empresas adotam a compensação de emissões – ou aquisição de créditos de carbono – como estratégia complementar para endereçar suas metas climáticas.
Os créditos de carbono podem ser adquiridos em diferentes mercados, sendo um dos temas centrais da COP-26. O preço do crédito de carbono atingiu pela primeira vez esse ano o preço de €50/tCO2 no mercado de comercialização europeu (EU ETS) – o principal mercado de créditos de carbono do mundo. Um estudo1 desenvolvido pela Emissions Trading Association (IETA), mostrou que esse valor pode chegar a quase €59/tCO2 entre 2026 e 2030.
Seja para reduzir o risco financeiro frente a possíveis cenários de aumento de preço para os créditos de carbono ou apenas para melhorar a sua gestão interna quanto às demandas futuras de compensações, a tendência é que as empresas antecipem suas aquisições de créditos de carbono.
Para prover melhor controle sobre os créditos de carbono adquiridos pela empresa e suas respectivas alocações às suas emissões ao longo do tempo, a WayCarbon desenvolveu um novo módulo no Climas, integrado ao seu tradicional módulo de gestão de emissões de GEE
Créditos de carbono: RECs – emissões, aposentadoria e alocação
Os inventários de GEE são ferramentas gerenciais que quantificam as emissões de GEE de uma organização, que aconteceram durante um período de tempo (fronteira temporal) e que são atribuídas a um conjunto definido de fontes de emissão (fronteira operacional). Como já mencionado anteriormente, um dos objetivos de uma organização com a compilação de um inventário pode ser a compensação parcial ou total das emissões de GEE por ele contabilizadas. A compensação é realizada a partir da aquisição (compra) de Reduções de Emissões Certificadas (RECs, ou CERs em inglês) e de sua “aposentadoria”.
As RECs são geradas por projetos que comprovadamente promovem redução de emissões de GEE (“projetos de carbono”), conforme as especificações de programas e iniciativas reconhecidas, tais como o Clean Development Mechanism (CDM ou MDL, em português) e o Voluntary Carbon Standard (VCS). As RECs representam a quantidade líquida de emissões abaixo da quantidade que seria emitida na ausência do projeto carbono. Por esse motivo, elas podem ser utilizadas para compensar emissões por outras organizações, cuja redução seja inviável técnica e/ou economicamente. As RECs são, portanto, ativos que são transacionados para viabilizar economicamente os projetos dos quais se originam. Assim, as RECs e a atividade de compensação de emissões são um instrumento de mercado que visa promover redução de emissões de forma custo-eficiente.
O CDM, VCS e outras iniciativas similares, além de proverem o arcabouço metodológico e procedimental para a implementação e monitoramento dos projetos de carbono, também possuem registros das RECs geradas (emitidas) e aposentadas. Nestes registros, estão escrituradas todas as informações referentes às RECs (e.g. números de série, projeto de origem, metodologia, vintage etc.). Os registros também possuem um conceito de “conta”, similar a uma conta bancária, que é utilizada para que as organizações possam guardar suas RECs. As contas podem receber RECs a partir de novas emissões (issuance) ou da transferência de RECs a partir de outra conta. As RECs podem ser transferidas para outras contas ou aposentadas.
A “aposentadoria” consiste na anotação da informação de que um lote RECs já foi empregado em uma compensação e que, portanto, não poderá ser novamente utilizada. Os registros de aposentadoria trazem, então, informação sobre o “beneficiário” e finalidade para a qual a REC foi aposentada. Em alguns casos, por razões comerciais e contratuais, compradores de RECs optam por aposentar grandes volumes antes mesmo que as emissões a serem compensadas tenham sido realizadas. Ademais, existem complexidades operacionais para a abertura e manutenção de contas nestes registros. Esses fatos, impedem que em algumas situações haja transparência, resolução e controle suficiente sobre a finalidade e as ações de compensação de emissões.
O novo módulo de Gestão de Offsetting do Climas
O mais tradicional módulo do Climas – o de gestão de GEE – dedica-se à compilação de inventários de emissões de GEE. Ampliando ainda mais as capacidades do Climas para a gestão climática, o módulo de GESTÃO DE OFFSETTING do Climas, que está sendo lançado em outubro de 2021, tem como objetivo gerenciar os créditos de carbono da empresa.
Este módulo possibilita o controle granular e consistente de ações de compensação, a partir de um ‘estoque’ de RECs aposentadas e de sua associação com fronteiras temporais e operacionais definidas por inventários de GEE que representam os limites das compensações realizadas. Em outras palavras, ele permite o registro de todos os créditos adquiridos pela empresa, incluindo o tipo de crédito, volume de emissões, preços pagos, data de emissão e data de aposentadoria. A gestão dos créditos auxilia a empresa na aplicação dos créditos de acordo com a evolução das suas emissões, já contabilizadas pelo módulo de GEE do Climas.
Isso permite que a empresa realize a gestão financeira dos seus créditos de carbono, oferecendo visibilidade sobre o saldo de crédito disponível, comparando-o com o volume de créditos a serem compensados. Essa funcionalidade permite que a empresa avalie o melhor momento para a aquisição dos créditos, otimizando seus investimentos. Além disso, o módulo de GESTÃO DE OFFSETTING, aliado aos recursos já consagrados do Climas, dá completa transparência e rastreabilidade sobre todo o ciclo de contabilização das emissões nos inventários, à aquisição dos créditos de carbono e à sua utilização nas ações de compensação de emissões da companhia.